ORIGEM DE NOMES

 

Extraído do Dicionário das Famílias Brasileiras - Volumes I e II -Arquivo do Estado de São Paulo

 

 

AZEREDO AZEREDO COUTINHO CANDELARIA PASSOS

 

 

AZEREDO - Sobrenome provavelmente de origem geográ­fica, embora não se conheça em Portugal nenhum lugar com este nome. Do substantivo comum azeredo, mata de azereiros. Em galego aceredo. O vocábulo pode vir de azereiredo, com redução do ditongo ei em e e haplologia (Antenor Nascentes, II, 34). O solar desta família era na vila de Betamos (hoje cidade), no reino de Galiza. Passou a Portugal na pessoa de Vasco Rodrigues de Azeredo, que viveu na vila de Guimarães (Anuário Genealógico Latino, 1, 15). Felgueiras Gayo, principia sua genealogia em Antônio Rodrigues de Azeredo, Escudeiro Fidalgo e juiz da Cidade do Porto em 1469, e Chanceler da Província de Entre Dou­ro e Minho. Deixou numerosa descendência do seu cas. com Constança Soares de Araújo (Gayo, Azeredos, Tomo 111, Título, 183). Foram quartos avós dos irmãos Miguel e Marcos de Azeredo, que passaram para o Brasil, conforme segue no próximo título. Brasil: Numerosas foram as famí­lias, que passaram com este sobrenome para diversas par­tes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode considerar que todos os Azeredos existentes no Brasil, mesmo proce­dentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do lugar de Azeredo. O mesmo se aplica no campo da heráldica; jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Azeredo, se estenda a todos aqueles que apresen­tam este mesmo sobrenome, porque não possuem a mes­ma origem. Uma das mais antigas famílias do Brasil, com este sobrenome, assinava a forma composta Azeredo Coutinho (vs.). No Espírito Santo, uma das mais antigas, a de Miguel de Azeredo, nat. de Portugal, que serviu no Bra­sil por 22 anos, onde foi Cap. e Gov da Fortaleza do Espí­rito Santo. Era irmão de Marcos de Azeredo, que foi o patriarca da citada família Azeredo Coutinho (v s.). Vieram acompanhando um tio, Belchior de Azeredo, CFCR, que veio nomeado cap. do Espírito Santo [1560] (Aro,. Gilson Nazareth). Linha Natural: O mencionado Miguel de Azeredo, deixou cerca de oito filhos naturais, havidos com Luiza Correia, filha ilegítima de Pedro Álvares Correia e de Antônia de Abreu. Cristãos Novos: No Rio de Janeiro: Ana, Brites e Esperança de Azeredo, irmãs [Parte Cristão Novo - 1713, pela família do pai - Correia Ximenes, e do avó materno - Paredes]; Brites de Azeredo [3/4 Cristão Novo - 1713, pela família do avô materno - Paredes]. Flá­vio de Carvalho, em sua obra Raízes Judaicas, fora os inte­grantes da família Azeredo Coutinho, registra mais 6 pesso­as com este sobrenome, envolvidas em Autos-de-Fé, por «crime de serem judeus» (Flávio Mendes de Carvalho, Raízes Judaicas, 81). Heráldica: I - um escudo em campo azul, oito contrabandas de ouro; timbre um leão de azul nascente contrabandado de oiro; II - Vilas-boas apresenta um escudo em campo de ouro com sete barras azuis, lançadas ao viez. (TOPO)

 

 

AZEREDO COUTINHO - Sobrenome composto de uma das grandes e importantes famílias de abastados proprie­tários rurais, donos de engenhos, desbravadores e povoadores da Província do Rio de janeiro, além de donatários da Capitania do Espírito Santo. Teve princípio em Iançarote Coutinho, natural de Portugal, filho de João Alvares de Azeredo, e quarto neto de Antônio Rodrigues de Azeredo, patriarca desta família Azeredo (vs.), em Por­tugal. Deixou numerosa descendência do seu cas. com Isa­bel Dias Sodré. Dois filhos deste casal, tiveram atuação no Brasil: I - Miguel de Azeredo, que serviu no Brasil 22 anos onde foi Capitão e Governador da Fortaleza do Es­pírito Santo. Deixou geração natural, da sua união cota Luiza Correia, filha bastarda de Pedro Álvares Correia e de Antônia de Abreu; e II - Marcos de Azeredo, nasc. c.1562, em Guimarães, Portugal, e falecido em Vitória, Espírito Santo, com testamento feito em 1618. Moço Fi­dalgo da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Cap. da Capitania do Espírito Santo. Deixou numerosa descen­dência, do seu cas., c.1589, com Maria Coutinho de Melo, filha bastarda de Vasco Fernandes Coutinho, 1° Donatário da Capitania do Espírito Santo - conforme vai registrado no título dos Melo Coutinho (vs.). Seus descendentes, po­voaram grande parte das Províncias do Rio de janeiro e do Espírito Santo. Entre eles, registram-se: I - o bisneto, Capitão Cosme de Azeredo Coutinho [bar. 04.10.1655 - 1723, RJ] Senhor do Engenho de Itapacorá. Faleceu com testamento, datado de 1723, sendo seu testamenteiro, o Reverendo Padre Domingos de Azeredo Coutinho, do Há­bito de São Pedro [arquivo Gilson Nazareth]; II - o bisneto, Dr. Diogo de Azeredo Coutinho [bat. 17.08.1665 -], bacha­rel pela Universidade de Coimbra, juiz de Fora em Aldeia Galega, Portugal, a 09.03.1696; 111 - o bisneto, Clemente Pereira de Azeredo Coutinho [bar. 23.10.1673, Rio, RJ - 1739, em seu Engenho de Itaúna, RJ], Capitão-mor de Sabará (MG), Senhor do Engenho de Itaúna e Guaxindiba, de sítios na Freguesia de São Gonçalo [RJ], e em Minas gerais, para onde foi em 1709, onde foi Senhor do Enge­nho do Arraial Velho, junto à Vila Real, e de Nossa Senho­ra da Conceição, em Sabará. Teve mercê de Carta de Bra­são de Armas. Do seu casamento, a 16.04.1698, na Igreja de N. S. da Ajuda, RJ, com Helena de Andrade Souto­Maior [c.1669 -], descende parte da família Andrade Souto Maior (v.s.), do Rio de janeiro, incluindo nesta descenân­cia, o marquês de Itanhaém; IV - a bisneta, Bárbara Viegas de Azeredo [1668, RJ - 06.12.1738, Rio, RJ], cas., em se­gundas núpcias, a 25.12.1697, com seu primo em 4.° grau, o Coronel Francisco de Macedo Freire, Senhor de Enge­nho em Inhaúma, de quem descendem parte dos Sá Freire (vs.) e Macedo Freire (vs.); V - o terceiro neto, Antônio de Azeredo Coutinho [c.1678, o Flexa, Senhor do Engenho de Itapacorá; VI - a terceira neta, Helena de Azeredo Coutinho [bat. 30.09.1700, Engenho Itaúna, R] - d.1746], de quem descende os Pereira de Faria Coutinho (v.s.); VII - a terceira neta, Maria Josefa de Azeredo Coutinho [c.1712 - ?], que foi a matriarca da família Pinto Coelho da Cunha (vs.), de Minas Gerais; VIII - o quarto neto, Marcos de Azeredo Coutinho [c.1703, Itaboraí, RJ - d.1750], TeBente-Coronel da Nobreza. Senhor de Enge­nho em Itapacorá; IX - o quarto neto, capitão João Freire de Azeredo Coutinho [c.1717, Itaboraí, RJ -], Capitão de uma das Companhias do Esquadrão de Cavalaria Auxiliar. Senhor de Engenho, em Itapacorá, distrito da Vila de San­to Antônio de Sá, RJ; X - o quarto neto, Francisco Martins da Cunha Tenreiro [bar. 16.02.1720, Rio, RJ -], Tenente­Coronel do Regimento de Itapacorá. Fidalgo da Casa Real; XI - o quarto neto, desembargador João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho [02.07.1722, Jacutinga, Rio, RJ - 05.02.1799, Lisboa], de quem descendem alguns Arnaut de Rivo (vs.), do Rio de janeiro. Formado pela Universi­dade de Coimbra. Doutor em Cánones em 1744. Lente da Universidade de Coimbra, desembargador do Paço, pro­curador da Coroa; XII - o quarto neto D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho [1742-1831], Bispo de Per­nambuco [1794] e Bispo de Elvas [1806], Portugal; XIII - o quinto neto, Clemente Pereira de Azeredo Coutinho [29.10.1731, Marapicú, RJ - 13.02.1774, Lisboa], Militar, governador da Capitania do Maranhão; XIV - o quinto neto, desembargador Manuel Pereira Ramos de Azeredo Coutinho Ramalho [Santos Velho, Lisboa -], Moço Fidal­go, com geração em Portugal, e filho do citado desembargador João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho; XV - o quinto neto, desembargador Francisco de Lemos Pereira de Faria Coutinho [29.10.1778, Santos-o-Velho, Lis­boa -], Moço Fidalgo, Conselheiro, Desembargador, 3.° Senhor do Morgado de Marapicú, na Província do Rio de janeiro. Retornou ao Brasil, onde casou e deixou geração. Filho do citado desembargador João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho. Deixou geração do seu cas. com Maria Carolina Pinto Coelho da Cunha, irmã do barão de Cocaes, membros da importante família Pinto Coelho da Cunha (vs.), de Minas Gerais (Silva Leme, IV, 343); XVI - o quin­to neto, D. Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho [1735, RI - 1822], bispo de Coimbra e reitor da Universi­dade de Coimbra. Foi agraciado, pelo Rei de Portugal, com o título de conde de Arganil detalhes adiante. XVII - o sexto neto, Francisco de Macedo Freire de Azeredo Coutinho [bat. 11.09.1746, Inhaúma, Rio, RJ - 09.07.1823, no seu Engenho Tiririca, Araruama, RJ]. Matriculado a 23.10.1773, na Universidade de Coimbra, formando-se em Leis. Senhor de Engenho. Capitão-I1or de Cabo Frio por patente de 18.01.1803. Fundou, na margem oci­dental da Lagoa de Araruama, um porto com trapiche; XVIII - O sexto neto, Francisco de Lemos Pereira de Fa­ria Coutinho [1820, MG -], que foi, por seu casamento, Visconde de Aljezur - detalhes adiante. XIX - o sexto neto, Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho, marquês de ltanhaém, conforme vai descrito no título da família Andrade Souto Maior (v.s.); XX - o sexto neto, o veador Bento Antônio Vahia, conde de Sarapuí, conforme vai descrito no título da família Vahia (v.s.); XXI - o sexto neto, Manuel de Azeredo Coutinho Messeder, natural do Rio de janeiro, Cavaleiro da Ordem de Cristo, que teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante; X_YII - o sétimo neto, Major João Barbosa de Azeredo Coutinho, fazendeiro de Café, em Araruama, juiz de Paz do 2.° Distrito do Município de Araruama, em 1875; XXIII - o sétimo neto, coronel José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, barão com honras de grandeza de Cocais, confor­me vai descrito no título da família Pinto Coelho da Cu­nha (v.s.), de Minas Gerais; XXIV - o sétimo neto, conse­lheiro Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, que foi agraciado com o título de Visconde de Sepetiba, confor­me segue no título Souza e Oliveira (vs.), do Rio de janei­ro; XXV - a sétima neta, Cecília Rosa de Araújo Vahia, condessa de Iguaçú, conforme vai descrito no título da família Vahia (vs.); XXVI - o sétimo neto, Saturnino de Souza e Oliveira Coutinho [1803, Rio, RJ -], matriculado no curso de Direito da Universidade de Coimbra [23.11.1820]. Bacharel em Direito [21.07.1824]. Leitura de Bacharel [1825], Ouvidor da Comarca do Rio Negro [1827]. Provedor da Fazenda dos Defuntos e Ausentes, Capelas e Resíduos, da Comarca do Rio Negro, com o ordenado que lhe pertence, pelo tempo que servir o dito lugar de Ouvidor [Alvará Régio de 22.01.1827]. Um dos ramos desta família passou para a região da baixada fluminense, encabeçado por Inácio de Azeredo Coutinho, que deixou numerosa descendência do seu cas. com Hele­na Marques da Cruz. Entre outros, foram pais de: I - Pedro Marques Corrêa, bat. a 19.11.1715, Pilar do Iguassú, de quem descendem os Marques Corrêa (v.s.), de Pilar do Iguassú; Il - Ana, bat. a 19.11. 1715, Pilar do Iguassú, que seria gêmea de Pedro; 111 - Isabel Rodrigues de Jesus [bat. a 13. 01.1724, Pilar do Iguassú, onde deixou gera­ção, IV - Sebastião de Azeredo Coutinho, bar. 24. 12.1696, no Rio de janeiro, que casou e deixou geração em Pilar do Iguassú; V - Joana Marques, bat. a 13.01.1724, Pilar do Iguassú; e VI - Inácio, bat. em Pilar do Iguassú. A mesma família teve um ramo em Santo Antônio de Jacutinga, onde encontramos José de Azeredo Coutinho, nasc. bat. na  Freg. de S. Antônio de Jacutinga. Filho de Luiz da Fonseca e de Bárbara de Azeredo Coutinho. Foi cas., a 09.05.1729, em Pilar do Iguassú, com Luiza Lopes dos Santos, n. e bat. em Pilar do Iguassú, filha de João Lopes do Lago. Outro ramo, ficou estabelecido na região norte-fluminense, onde encontramos: XXVI - a bisneta, Catarina de Paula Rangel de Macedo [c.1648 -], que foi casado no Rio de janeiro, a 09.04.1668, com Luiz de Barcelos Machado [bar. 15.01. 1648, RJ - 29.08.1695, RJ], licenciado. Senhor de Engenho em Meriti e em Campos dos Goitacazes, no Capivari Furado, conforme vai descrito no título dos Bar­celos. Deste casamento procede os Senhores do Morgado de Capivari, na região de Campos dos Goitacazes, os dois Viscondes de Araruama, o barão de Vila Franca, o Viscon­de de Ururaí, o Visconde de Quissamã, o barão de Ururaí e o barão de Monte do Cedro; XXVII - o bisneto, Inácio Rangel de Azeredo Coutinho [c.1660 -], que foi casado, por procuração, na presença do Sargento-Mor Miguel Arias Maldonado, no Rio de janeiro, a 04.08.1683, com Vitória Maciel Tourinho [c.1663 - c.1697]; segunda vez, em São Gonçalo, Rj, a 25.08.1698 com sua prima Isabel Rangel de Macedo [c.1674-]; e terceira com sua outra prima Isabel de Azeredo Coutinho [bat. 25.08.1659 -]. Um dos filhos do primeiro matrimônio, passou para Campos; XXVIII - Hou­ve um ramo em jacutinga, região da baixada fluminense do Rio de janeiro, onde se estabeleceu Brites Rangel de Macedo [c.1691 -], terceira neta dos citados Marcos de Azeredo e Maria Coutinho de Melo. Foi cas., primeiro, c.1707 com o Cap. Antônio da Cunha Falcão, nasc. em São Barnabé, Es­tado do Rio de janeiro, e fal. a 02. 06.1730, no Rio de janeiro. Filho de Crispim da Cunha Tenreiro e de Maria Ribeiro; XXX - o quarto neto, Sebastião da Cunha Coutinho Rangel [ 29.04.1708, Jacutinga, Rj -]. Filho de Brites Rangel de Macedo, citada acima. Recebeu a 17.01.1758 uma sesmaria na Barra do Muriaé - Município de Campos. Es­tabelecendo-se em Campos, aí casou a 13.04. 1739 com Isabel Sebastiana Pedrosa, nasc. em Campos a 19.07.1720 - da importante família Pessanha (v.s.), daquela localidade; XXXI - o quinto neto, o Bispo, D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho [Nascido no Engenho Santa Cruz, de seu pai e bat. ali, na Capela de Santa Rita, a 08.09.1742 - 12.09.1831, Lisboa], filho de Sebastião da Cunha Coutinho Rangel - citado acima. Bispo de Pernambuco (1794) e Bis­po de Eivas (Portugal), em 1806; XXXII - o quinto neto, brigadeiro Domingos de Azeredo Coutinho e Melo Souza Chichorro [03.06.1749, Campos, RJ - 14.03.1814, Rio, RJ], irmão do anterior, bispo de Eivas, e brigadeiro graduado. Foi Capitão da 7.* Companhia do 1.° Regimento de Infanta­ria do Rio de janeiro, com 13 anos e 3 meses de serviço. Deixou geração do seu cas. com Maria Isabel de Azeredo, natural do Rio de janeiro, filha de João Cerveira de Lima, natural de Ponte de Lima, e de Isabel Luiza de Grinald, natural do Rio de janeiro; XXXIII - sexto neto, Dr. Manuel da Cunha de Azeredo Coutinho Souza Chichorro [c.1774 - 13.04.1839, São Paulo, SP], filho do anterior, brigadeiro Domingos. Matriculado na Universidade de Coimbra [06.10.1795]. Bacharel em Direito [27.05.1799]. Leitura de Bacharel [23.02.1804]. Secretário do Governo de Pernam­buco. Juiz de Fora da Vila de Taubaté, Província de São Paulo [até 1827]. Ouvidor da Comarca de São Paulo [1827]. Provedor da Fazenda dos Defuntos e Ausentes, Capelas e Resíduos, da Comarca de São Paulo, com o ordenado que lhe pertence, pelo tempo que servir o dito lugar de Ouvidor [Alvará Imperial de 22.01.1827]. Requereu o lugar de De­sembargador da Relação de Goa, ou do Pará, São Paulo e Rio de janeiro, no Brasil. Em Minas Gerais, esteve um de seus ramos, estabelecido em Diamantina, procedentes de Inácio Euzébio de Azeredo Coutinho [c.1762 - ?], quinto neto daquele casal patriarca, Marcos-Maria Coutinho de Melo. Deixou geração de seu cas., c.1787, com Ana da Cos­ta Trindade. Nobreza Titular: I - D. Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, citado acima [bat. 22.04.1735, Marapicú, RJ - 22.04.1822], bispo de Coimbra e reitor da Universidade de Coimbra. Foi agraciado, pelo Rei de Portu­gal, com o título de conde de Arganil. Título de origem toponímica, tomado da vila de Arganil, na Beira. Vários fo­ram os condes de Arganil, todos bispos de Coimbra. Teve princípio no 21.° Prior de Santa Cruz e bispo de Coimbra, D. João Galvão, conde de Arganil, por Carta de 25.09.1472, passada por D. Afonso V, em recompensa de serviços em África, com sucessão do título nos prelados seus sucessores. Desde então aos bispos de Coimbra pertencem o título de bispo-conde de Arganil. Tinha uso do Brasão de Armas. «A quantos esta Carta virem, que considerando Nós os grandes, e muitos extremados serviços, que temos recebido de D. João Galeão, Bispo de Coimbra do nosso Conselho, e em especial em a filhada das nossas Villas, e da Cidade de Arzila, e Tanger nas partes de África. Que elle dito Bispo, e por seu respeito, e memória ,todos seus sucessores Bispos de Coimbra, e se chamem, e intitulem Condes da Villa de Argani, e tenhão, e usem de tudo o que gozão todos os outros Condes de nossos Reynos. Dada em Coimbra a 25 de Setembro de 1472, está no liv. 3 dos Mysticos.». II - Francisco de Lemos Pereira de Faria Coutinho [12.09.1820, MG -], citado aci­ma, que foi, por seu casamento, Visconde de Aljezur. Filho do citado desembargador Francisco de Lemos Pereira de Faria Coutinho. FCL 4." Senhor do Morgado de Marapicú, na região norte-fluminense do Estado do Rio de janeiro. Foi autorizado a usar o título, em Portugal, por Dec. de 15.09.1858; e no Brasil, por Portaria de 23.12.1858, por ter se casado, a 03.06.1845, com a viscondessa de Aljezur, Maria Rita de Noronha [21.01.1826 -], que teve mercê do título a 15.09.1858, pelo governo português. Filha natural (reco­nhecida no ato do batismo e depois legitimada por Alvará de 28.05.1845] do 6.° marquês de Angeja e 8.° conde de Vila Verde dos Francos, em Portugal; III - Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho [1782-1867], citado acima, que foi agraciado, a 12.10.1826, com o título de marquês de Itanhaém, conforme vai descrito no título da família Andrade Souto Maior IV - o veador Bento Antônio Vahia 1783-1843], citado acima, que foi agracia­do, por mercê de 02.12.1840, com o título de conde de Sarapuí, conforme vai descrito no título da família Vahia (Vos.); V - coronel José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, que foi agraciado, por mercê de 14.03.1855, com o título de barão com honras de grandeza de Cocais, conforme vai descrito no título da família Pinto Coelho da Cunha (v.s.), de Minas Gerais; VI - o sétimo neto, conselheiro Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho [1800-1855], que foi agraciado, por Dec. 14.03.1855, com o título de Visconde com honras de grandeza de Sepetiba, conforme segue no título Souza e Oliveira (v.s.), do Rio de janeiro; VII - a sétima neta, Cecília Rosa de Araújo Vahia [1820-1846], que, por seu casamen­to, tornou-se a condessa de Iguaçú, conforme vai descrito no título da família Vahia (v.s.); VIII - Na região serrana do Estade do Rio de janeiro, registra-se a família do maior Vicente Ferreira Alves Barcelos, filho de Inácio Alves de Barcelos e de Margarida da Silva, e bisneto de Francisco Alves de Barcellos, patriarca desta família Alves de Barce­los (v.s.), da região norte-fluminense do Estado do Rio de janeiro. O Major Vicente deixou geração do seu cas., c.1802, com Beatriz Ferreira da Cunha Azevedo Machado. Foram pais de Sebastião da Cunha de Azeredo Coutinho [01.12.1809, na fazenda da Pedra, no Município de São Fidélis, RJ - 18.07.1900, ídem - sepultado no cemitério da fazenda da Cacunda], fazendeiro na província do Rio de janeiro, que foi agraciado, por Dec. de 17.12.1881, com o título de barão de Azeredo Coutinho. Deixou geração do seu cas., a 08.12.1853, com sua sobrinha Ana Barcelos da Silva e Souza, baronesa de Azevedo Coutinho (Anuário Genealógico Brasileiro, l, 84; IX, 131 e Laurênio Lago, Acrés­cimos, 95). Brasil Heráldico: I - Os condes de Arganil [ver D. Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, aci­ma], ao serem nomeados bispos, assumem um brasão de armas, que muitas vezes está fora das leis de heráldica, por serem «armas de fé». O que é constante, é a forma do escudo, que é oval, encimado pela coroa de conde; por tim­bre, uma cruz, por trás do escudo; aos lados da coroa, apa­rece uma mitra, à destra, e um báculo, à sinistra, com a volta aberta para baixo. Por sobre o timbre, um chapéu semi-cardinalicio, preto, forrado de verde e tendo dez bor­las por lado, pendentes de dois cordões, tudo de seda verde misturada com fios de ouro. Deve notar-se que o numero de borlas é igual ao número usado pelos arcebispos de Braga e de Évora e difere destes somente na cor do chapéu (Gran­de Enciclopédia Portuguesa, Brasileira, III, 187). 11 - Manu­el de Azeredo Coutinho Messeder, Fidalgo Cavaleiro, re­quereu armas em 17.09.1855, que lhe foram concedidas com Aviso ao Rei de Armas de 17.09.1855, e passadas por carta de brasão de 19.10.1855, a saber: um escudo esquartelado; o 1º e 4º quartéis, em campo de ouro, com sete bastões de azul, em contra-banda, dos Azeredos, com diferença (v.s.); o 2º e 3º quartéis, as armas da família Coutinho (vs.). Timbre: o da família Azeredo (Registrada no livro VI, da Nobreza, fls. 24). III - D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho [1742-1821], usava por ar­mas: um escudo esquartelado: no 1º quartel, as armas da família Souza, de Afonso Diniz - um escudo esquartelado, o primeiro e o quarto, as armas de Portugal antigo, ou seja, em campo de prata, com cinco escudetes de azul postos em cruz, cada escudete carregado de 10 besantes de prata pos­tos 3, 2, 3 e 2; bordadura de vermelho, carregada de 12 castelos de ouro, três em cada ângulo do escudo postos em esquadria; o segundo e terceiro, em campo vermelho, uma quaderna de crescente de prata; no 2º quartel, as armas da família Carvalho - em campo azul, uma estrela de ouro de oito raios encerrada numa quaderna de crescentes de prata; no 2º quartel, as armas da família Azeredo - um escudo em campo azul, oito contrabandas de ouro; e no 4." quartel, as armas da família Coutinho - em campo de ouro, com cinco estrelas de azul, de cinco raios, postas em sautor. Usou, ainda, as seguintes armas: um escudo esquartelado: no pri­meiro quartel, as armas de Portugal, ou seja, esquartelada com os já descritos cinco escudetes, sem a bordadura, no primeiro e quarto quartel, em campo de prata, e um leão de vermelho ou de púrpura, rompante - que é as armas da família Souza Chichorro; o 2º quartel, as armas da família Pessanha - em campo de prata, uma banda denteada de vermelho, carregada de três flores-de-lis de prata; O 3º quar­tel, as armas da família Azeredo - já descritas acima; e no 4º quartel, as armas da família Coutinho - já descritas aci­ma [Gardel, Armorial Eclesiástico, 249]. (TOPO)

 

 

CANDELÁRIA - Sobrenome de origem religiosa, alusivo a Nossa Senhora da Candelária, celebrada a 2 de fevereiro, quando se benziam e distribuíam candeias (velas) pelos fi­éis. Do lat. *candelária, scilicet festa, festa das velas (Antenor Nascentes, 1, 147). Em casos mais freqüentes, batizam-se as crianças nascidas no referido dia 2 de fevereiro, com o nome Candelária ou Candeias (vs.) [Maria da Candelária]. Famílias estabelecidas no Rio de janeiro, procedentes de Manuel da Candelária, cas. em 1816, no Rio, com Rosaura Bernarda (Colégio Brasileiro de Genealogia, Arq.). Regis­tra-se também Manoel da Candelária, casado em 1831, no Rio de janeiro, com Rosa Maria da Conceição. Há outra família com este sobrenome estabelecida em Salesópolis, Estado de São Paulo. Linha Africana: Sobrenome tam­bém usado por famílias de origem africana. No Rio de ja­neiro, entre outras, registra-se a de João da Candelária, «par­do forro», cas., em 1811, no Rio, com Severa Apolinária, <parda forra> Colégio Brasileiro de Genealogia, Arq.). (TOPO)

 

 

PASSOS - Sobrenome de origem religiosa, alusivo aos passos do Senhor (Antenor Nascentes, 11, 235). Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário das Famílias de Portugal, trata de uma antiga família com este sobrenome, procedente de Ricaredo de Passos de Probem, Senhor da Vila de Probem junto de Redondella, que se achou na guerra contra os mouros quan­do estes entraram em Galiza, comandados por Almansur. Entre os descendentes de Ricaredo, registram-se: 1 - a déci­ma terceira neta, Domingas de Passos, que foi casada com ltichel de L'Escolle, engenheiro francês, natural de Paris, com serviços prestados no Brasil e em Portugal, onde fale­ceu, estando sepultado no Convento de São Domingos, em Viana do Castelo - conforme vai descrito no verbete da família L'Escolle (v.s.); II - o décimo quarto neto, Sebastião de Passos Dias, que passou a Bahia, onde ficou estabeleci­do em residência de seu irmão Manuel de Passos Dias. Pas­sou, depois, para o Estado de São Paulo, deixando geração do seu cas., em Santos, SP, com Ana Maria da Silva, filha de Estevão Rodrigues Carneiro, natural de Viana do 1linho, e de Maria Ribeiro da Silva; 111- o décimo quinto neto, Gaspar da Rocha Passos, que passou ao Brasil, onde deixou gera­ção do seu cas., na Bahia, com Vitória Barbosa, filha de Gonçalo Peres e de Maria Barbosa; 11 - o decimo quinto neto, Gaspar Calheiros do Valle, que deixou geração do seu cas., por volta de 1622, no México; IV - o décimo sexto neto, Domingos de Passos de Probem, que deixou geração do seu cas. com Maria José Madeira de Aguiar Cavalcanti, descendente da importante família Cavalcanti (vs.), de Per­nambuco; V - o décimo sexto neto, Antônio Caetano Alva­res de Castro, filho do familiar indicado no item 11. Forma­do pela Universidade de Coimbra. Passou para o Brasil, estabelecendo-se em Santos, SP, para tomar conta dos ne­gócios da família; VI - o décimo nono neto, Luiz de Souza Monteiro, que foi clérigo no Brasil; VII - o décimo nono neto, Bento de Souza, que passou ao Brasil. Brasil: No Rio de janeiro, entre as mais antigas, registra-se a família de Domingos de Passos, fal. no Rio, em 1676, que deixou des­cendência do seu cas. no Rio, em 1619, com Maria da Silva, nat. do Rio de janeiro, onde fal. em 1665 (Rheingantz, III, 60). Em Alagoas, entre outras, registra-se a família do Ma­jor Tito Alexandre Ferreira Passos, que deixou geração do seu cas., c. 1862, com Rita Vieira Guimarães. Foram pais do escritor Sebastião Cícero dos Guimarães Passos [22.03.1867, AL - 09.09.19091, arquivista da Secretaria da Mordomia da Casa Imperial, no Rio de janeiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, onde criou a cadeira n.° 26, de que é patrono Laurindo Rabello. No Rio Grande do Sul, entre muitas, destaca-se a família de Fortunato José Fernandes de Passos, que deixou geração do seu cas., por volta de 1898, com Ricardina de Mmeida. Foram pais do General de Divisão Oscar Passos [31.01.1902, Porto Ale­gre, RS -], que cursou a Escola Militar do Realengo, a Esco­la de Aperfeiçoamento de Oficiais e a Escola do Estado­Maior, da Praia Vermelha, RJ. Militar, de 1923 a 1957. Governador do então Território do Acre [1941-421. Presi­dente do Banco da Borracha [1942-43]. Oficial de Opera­ções do Regimento Sampaio [1944-451. Deputado Federal pelo Acre [1950, 1954 e 19581. Agraciado com as Meda­lhas de 10 e 20 anos de serviço militar; Medalha de Campa­nha; Medalha de Guerra; Medalha da Cruz de Combate de 2.' Classe; Medalha da Campanha do Atlântico Sul; Meda­lha Marechal Caetano de Faria; Medalha de Prata do Cinqüentenário da Proclamação da República; Croce al Valore Militare, da Itália; Estrela de Bronze, EUA; e Cruz de Guerra com Palma, de França. Participou da 2.º Guerra Mundial, na conquista de Monte Castelo. Deixou geração do seu cas. com  Iolanda de ÍUneida. Cristãos Novos: Sobreno­me também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497 [Raízes Judaicas, 299]. (TOPO)